sexta-feira, 30 de novembro de 2012


    1. Pedagogia dos Multiletramentos – Diversidade cultural e de linguagens na escola – Roxane Rojo

    ROJO, Roxane; ALMEIDA, Eduardo de Moura. Multiletramentos na Escola. São Paulo: Parábola Editora, 2012.



Multiletramentos na escola (ROJO; ALMEIDA, 2012) foi o livro proposto para a nossa leitura e discussão nas aulas da disciplina ¨Novos Letramentos e Educação Superior¨ ministrada pelo Prof. Luiz Fernando Gomes.

Nesta postagem, faço menção a alguns tópicos do capítulo 1, que ao meu ver merecem destaque e reflexão. Na postagem anterior destaquei os tópicos e as reflexões da apresentação do livro.


    1. Pedagogia dos Multiletramentos – Diversidade cultural e de linguagens na escola – Roxane Rojo
  • Porque propor uma pedagogia dos multiletramentos?
  • A necessidade de uma pedagogia dos multiletramentos foi, em 1996 afirmada pela primeira vez em um manifesto resultante de um colóquio do Grupo de Nova Londres (GNL), em uma reunião de pesquisadores dos letramentos.
  • Nesse manifesto, o grupo afirmava a necessidade de a escola tomar a seu cargo (dai a proposta de uma ¨pedagogia¨) os novos letramentos emergentes na sociedade contemporânea, em grande parte – mas não somente – devidos às novas Tecnologias da Informação e de Comunicação (TICS), e de levar em conta e incluir nos currículos a grande variedade de culturas já presente nas salas de aula e de um mundo globalizado e caracterizada pela intolerância na convivência com a diversidade cultural, com a alteridade (p.12).
  • Necessidade de incluir nos currículos escolares as questões que envolvem as variedades culturais, contribuindo assim, para a diminuição da violência social e para a expectativa de um futuro melhor para a juventude.
  • Multiletramentos – abrange a multiculturalidade e a multimodalidade.
  • Multiculturalidade – a multiplicidade/variedade cultural das populações presente em nossas sociedades, principalmente urbanas, na contemporaneidade.
  • Multimodalidade – a multiplicidade/variedade semiótica de constituição dos textos por meio dos quais a multiculturalidade se comunica e informa. (Semiótica – ciência geral dos signos, dos sistemas de significação).
  • Segundo Garcia Canclini (2008[1989]: 302-309), no que se refere à multiplicidade de culturas, o que hoje vemos à nossa volta são produções culturais letradas em efetiva circulação social, como um conjunto de textos híbridos de diferentes letramentos (vernaculares e dominantes), de diferentes campos (ditos ¨popular/de massa/erudito¨), desde sempre, híbridos, caracterizados por um processo de escolha pessoal e política e de hibridação de produções de diferentes ¨coleções¨.
  • Segundo a autora, ¨essa visão desessencializada de cultura(s) já não permite escrevê-la com maiúscula – A Cultura – , pois não supõe simplesmente a divisão entre culto/inculto ou civilização/barbárie, tão cara à escola da modernidade¨ (p. 13).
  • Roxane Rojo menciona que vivemos, pelo menos desde o início do século XX em sociedades de híbridos impuros, fronteiriços. No texto, a autora, exemplifica esse fato com um episódio, da década de 1920, para questionar valores e apreciações.
  • Para Garcia Canclini (2008[1989]), os pares antitéticos (opostos) – cultura erudita/popular, central/marginal, canônica/de massa – já não se sustentam mais faz muito tempo.
  • Segundo Garcia Canclini, os híbridos, as mestiçagens, as misturas são cada vez mais soberanas – vejam os remixes e mashups no espaço digital. A produção cultural atual se caracteriza por um processo de desterritorialização, de descoleção e de hibridação que permite que cada pessoa possa fazer ¨sua própria coleção¨, sobretudo a partir das novas tecnologias.
  • ¨Essa apropriação múltipla de patrimônios culturais abre possibilidades originais de experimentação e de comunicação, com usos democratizadores¨ Garcia Canclini (2008[1989]). Nessa perspectiva observa-se a introdução de novos e outros gêneros de discurso – ditos por Canclini ¨impuros¨ –, de outras e novas mídias, tecnologias, línguas, variedades, linguagens. Para tanto exige-se uma nova ética e novas estéticas.
  • Letramento crítico – posicionamento.
  • Novas estéticas – manifestam com critérios próprios. Podemos exemplificar através de critérios diversos como, de ¨gosto¨, de apreciação, de valor estético.
  • Roxane Rojo exemplifica as novas estéticas ao mencionar uma atividade desenvolvida com seus alunos de primeiro ano de Letras; utilizou a imagem de um anime para discutir sobre os novos textos envolvidos nos multiletramentos e seus critérios estéticos.
  • Anime – é um termo que define os desenhos animados de origem japonesa e também os elementos relacionados a esses desenhos. O anime é tradicionalmente desenhado a mão. Porém, com o desenvolvimento dos recursos tecnológicos de animação, principalmente a partir da década de 1990, muitos animes passaram a ser produzidos em computadores. Outra importante característica dos animes atuais é a ocorrência de elementos tecnológicos nos enredos das histórias.
  • A autora destaca que observa os seus alunos como produtores, na realização da atividade desenvolvida. Como produtores, eles tinham critérios estéticos referentes ao processo de produção. Os alunos, como produtores, tinham critérios (estéticos) muito específicos para avaliar o produto e que exigiam o domínio de uma série de multiletramentos: qual era o ritmo e a referenciação da letra da canção-guia do anime; como cortar do vídeo-fonte imagens adequadas a esse ritmo e a essa referenciação; como tratá-las em Photoshop de maneira adequada e que permitisse novos efeitos de sentido; como reconstruir a trama ou a referenciação (no ritmo) de maneira adequada na montagem do novo vídeo ou anime. Enfim, uma série de (multi)letramentos responsáveis pelo efeito de sentido do anime.
  • ¨As imagens e o arranjo de diagramação impregnam e fazem significar os textos contemporâneos – quase tanto ou mais que os escritos ou a letra¨ (p.19).
  • Diagramação – ocupação do espaço da página (pelo texto, ilustração, etc, de livro, jornal, etc.).
  • Imagens estáticas – fotos, ilustrações, tratamento da imagem (Photoshop).
  • Semiose verbal em áudio – as falas do narrador, do âncora, do entrevistador e dos entrevistados.
  • Imagens em vídeo – imagem em movimento filmadas ou digitalizadas.
  • Para Lemke (1994a; 1998), ¨O texto pode ou não formar a espinha organizadora de um trabalho multimidiático. O que realmente precisamos ensinar, e compreender antes de poder ensinar, é como vários letramentos e tradições culturais combinam essas modalidades semióticas diferentes para construir significados que são mais do que a soma do que cada parte poderia significar separadamente, Tenho chamado isto de ¨significado multiplicador¨. As opções de significados de cada mídia multiplicam-se entre si em uma explosão combinatória; em multimídia, as possibilidades de significação não são meramente aditivas. (p.20)
  • É importante notar que não é apenas o uso da hipermídia que as novas tecnologias tornam mais fácil, mas sua autoria. Segundo Lemke (1998), hoje qualquer um edita um áudio ou um vídeo em casa, produz animações de boa qualidade, constrói objetos e ambientes tridimensionais, combinados com textos e imagens paradas, adiciona música e voz e produz trabalhos muito além do que qualquer editora ou estúdio de cinema poderia fazer até alguns anos atrás.
  • Hipermídia – conjunto de textos, gráficos, sons, vídeos, etc., organizado segundo o modelo próprio do hipertexto.
  • Como funcionam então os multiletramentos? Em qualquer dos sentidos da palavra ¨multiletramentos¨ – no sentido de diversidade cultural de produção e circulação dos textos ou no sentido da diversidade de linguagens que os constituem –, os estudos são unânimes em apontar algumas características importantes: (a) eles são interativos; mais que isso, colaborativos; (b) eles fraturam e transgridem as relações de poder estabelecidas, em especial as relações de propriedade (das máquinas, das ferramentas, das ideias, dos textos [verbais ou não]); (c) eles são híbridos, fronteiriços, mestiços (de linguagens, modos, mídias e culturas).
  • Uma das principais características dos novos (hiper)textos e (multi)letramentos é que eles são interativos, em vários níveis (na interface, das ferramentas, nos espaços em rede dos hipertextos e das ferramentas, nas redes sociais, etc.).
  • A mídia digital é interativa, depende de nossas ações enquanto humanos usuários (e não receptores ou espectadores) – seu nível de agência é maior.
  • Na mídia digital, ¨nossas ações puderam, cada vez mais, permitir a interação também com outros humanos (em trocas eletrônicas de mensagens, síncronas e assíncronas; ; na postagem de nossas ideias e textos, com ou sem comentários de outros; no diálogo entre os textos em rede [hipertextos]; nas redes sociais; em programas colaborativos nas nuvens). É por isso que o computador não é uma mera máquina de escrever, embora muitos migrados, ainda o usem apenas como tal¨ (p.24).
  • As gerações anteriores à primeira geração que cresceu com essa nova tecnologia (digital), são chamados de ¨migrantes¨ ou ¨migrados¨.
  • ¨Evidentemente, a estrutura em rede e o formato/funcionamento hipertextual e hipermidiático facilitam as apropriações e remissões e funcionam (nos remixes, nos mashups), por meio da produção, cada vez mais intensa, de híbridos polifônicos. É claro: para permitir a colaboração, a interação e a apropriação dos ditos ¨bens imateriais¨da cultura, o ideal é que tudo funcione nas nuvens, pois nas nuvens, nada é de ninguém – tudo é nosso. Esta é a lógica do GoogleDocs, do Prezi, do You Tube, dentre outros¨ (p. 25).
  • ¨Computação ou colaboração em nuvem é üm conjunto visível de bits e bytes que se encontram em suspensão na atmosfera da web e que acessados, aparecem para nós como textos, imagens, vídeos, trabalhos colaborativos. O melhor da computação em nuvem é que embora dependa da ampliação, acesso e democratizaçãp das bandas de transmissão (mais ou menos o que aconteceu com o telefone, o rádio e a televisão, não foi?) ela passa a dispensar a propriedade, inclusive das máquinas, ferramentas e serviços. Posso acessar de qualquer lugar/dispositivo (meu ou não), sem ter de comprar os softwares ou mesmo de pagar provedor ¨(p. 26).
  • Se nossos alunos (as crianças até os jovens das faculdades) visivelmente lidam com muito mais fluência do que nós, migrados, com as novas tecnologias e ferramentas, por que incluir na escola algo que em muitos níveis as novas gerações já sabem? Porque uma ¨pedagogia dos multiletramentos¨? Para disciplinar seus usos?
  • ¨Precisamos pensar um pouco em como as novas tecnologias de informação podem transformar nossos hábitos institucionais de ensinar e aprender¨ (LEMKE, 2010 [1998]) - p.28
  • A autora menciona que em vez de impedir/disciplinar o uso dos internetês na interne (e fora dela), podemos investigar, e em vez de proibir o celular em sala de aula, usá-lo para a comunicação, a navegação, a pesquisa, a filmagem e a fotografia. (p.27)
  • Eu, como educadora, já utilizei o celular em uma das minhas atividades pedagógicas para a pesquisa e a fotografia/imagem – atividade matemática. Os alunos gostaram muito dessa atividade diferenciada, e os resultados foram positivos na maneira de ensinar e aprender.
  • Conforme Rojo, ¨vivemos em um mundo em que se espera (empregadores, professores, cidadãos, dirigentes) que as pessoas saibam guiar suas próprias aprendizagens na direção do possível, do necessário e do desejável, que tenham autonomia e saibam buscar como e o que aprender, que tenham flexibilidade e consigam colaborar com urbanidade¨ (p.27).
  • O Grupo de Nova Londres (GNL), apresentou em alguns movimentos ¨pedagógicos¨ algumas metas para que o ensino-aprendizagem pudesse ser levado a efeito: (1) prática situada; (2) instrução aberta; (3) enquadramento crítico; (4) prática transformada.



 

 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012


LIVRO - MULTILETRAMENTOS NA ESCOLA

(Roxane Rojo, Eduardo Moura – organizadores)




ROJO, Roxane; ALMEIDA, Eduardo de Moura. Multiletramentos na Escola. São Paulo: Parábola Editora, 2012.




Multiletramentos na escola (ROJO; ALMEIDA, 2012) foi o livro proposto para a nossa leitura e discussão nas aulas da disciplina ¨Novos Letramentos e Educação Superior¨ ministrada pelo Prof. Luiz Fernando Gomes.

Faço menção a alguns tópicos do livro que ao meu ver merecem destaque e reflexão.



Apresentação



Protótipos didáticos para os multiletramentos – Roxane Rojo



  • A proposta foi que os cursistas do curso que Roxane Rojo ministrou elaborassem trabalhos colaborativos que descrevessem, com embasamento teórico, propostas de ensino de língua portuguesa que eles tivessem experimentados em suas escolas com seus alunos ou que pudessem ser experimentadas por eles mesmos ou por outros colegas professores em outras ocasiões.
  • As propostas elaboradas pelos cursistas deveriam visar aos letramentos múltiplos, e abranger atividades de leitura crítica, análise e produção de textos multissemióticos com enfoque multicultural.

O nosso Grupo de Pesquisa : Educação superior e cultura digital (ESCD) tem como objetivos: (i) desenvolver pesquisas relacionadas à cultura digital que nos permita refletir sobre suas interrelações com a educação, em especial com o ensino superior; (ii) construir conhecimento sobre o tema, por meio de investigações e experiências realizadas por pesquisadores (alunos de mestrado e doutorado) ligados à linha de pesquisa Ensino Superior, do Programa de Pós-Graduação da Uniso.

Destaquei o nosso Grupo de Pesquisa porque achei semelhança com a proposta da autora Roxane Rojo.

O enfoque multicultural que a autora menciona me fez lembrar a Etnomatemática - O ensino de matemática não pode ser hermético nem elitista. Deve levar em consideração a realidade sócio cultural do aluno, o ambiente em que ele vive e o conhecimento que ele traz de casa. Essas afirmações fazem parte da etnomatemática, teoria defendida por Ubiratan D‘Ambrosio, professor emérito de matemática da Unicamp, professor do Programa de Estudos Pós-Graduados de História da Ciência da PUC de São Paulo, professor credenciado no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da USP e do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Unesp.

  • Conforme a autora, esses protótipos são modelos de atividades que dão a ideia de trabalhos para docentes de língua portuguesa em busca de subsídios para trabalhar os multiletramentos com seus alunos. Acredito que esses modelos são também referências para outras disciplinas; cabe a cada educador adaptar os modelos para suas necessidades e contextos. Roxane Rojo (p.8) se refere a protótipos como ¨estruturas flexíveis e vazadas que permitem modificações por parte daqueles que queiram utilizá-las em outros contextos que não o das propostas iniciais¨.
  • Atividades que envolvem multiletramentos pode ou não envolver o uso de novas tecnologias de comunicação e de informação (¨novos letramentos¨). (p.8)
  • Atividades com multiletramentos caracteriza-se como um trabalho que parte das culturas de referência do aprendiz (popular, local, de massa) e de gêneros, mídias e linguagens por eles conhecidos, para buscar um enfoque crítico, pluralista, ético e democrático, permitindo a ampliação do repertório cultural, em busca de outros letramentos, valorizados (como é o caso dos trabalhos com hiper e nanocontos) ou desvalorizados (como é o caso do trabalho com picho).
  • Os alunos são agentes da sua aprendizagem.
  • Trabalhar com os multiletramentos partindo das culturas de referência/repertório do aluno implica a prática em ¨letramentos críticos que requerem análise, critérios, conceitos, uma metalinguagem, para chegar a propostas de produção transformada, redesenhada, que implica agência por parte de alunado¨ (p. 9).
  • Na coletânea de trabalhos apresentados nesse livro destaca-se: (i) análises críticas das estéticas e usos das linguagens e formas em seus objetos de ensino – ¨Por uma educação estética¨; (ii) a análise dos temas e do universo de valores, buscando uma ética crítica na análise dos textos/enunciados - ¨Por uma educação ética e crítica¨.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Nosso décimo encontro: 06 novembro 2012
 
 
  • Texto apresentado e discutido nesta aula: A ¨coisa¨ do novo letramento – dos autores Lankshear e Knobel. O texto original está em inglês. A apresentação foi dos alunos Keli e Edmilson. Utilizaram slides e dois remix para a apresentação.
  • LANKSHEAR, COLIN & KNOBEL, MICHELE. The “Stuff” of New Literacies. Disponível em: http://everydayliteracies.net/pubs.html
  • Lankshear e Knobel, autores do texto discutido na aula de hoje, são os mesmos do artigo em discussão da aula anterior.
  • O texto desta semana em discussão, é basicamente uma sequência do artigo da aula passada; alguns conceitos se repetem e outros novos são acrescentados.
  • Na introdução, segundo os autores, a ¨coisa¨ dos novos letramentos promove o foco para pensar sobre eles em relação ao aprendizado, educação e pesquisa em condições atuais. Entende-se por foco: ir além do sentido cronológico (temporal) e tecnológico de novos letramentos para um contexto ontológico que revela o que é mais significativo nas tendências atuais e mudanças nas práticas sociais e de significado.
  • Ontologia – parte da filosofia que trata da natureza do ser.
  • Entende-se por ¨coisa¨ como termo não técnico para equilibrar teoria e técnica sem entrar em questões filosóficas sobre fenômenos e categorias do ser.
  • Os Novos letramentos são erroneamente associados à novas tecnologias.
  • Os autores Lankshear e Knobel, usam a mesma definição de letramento do texto anterior (já discutido), só que agora eles têm um novo olhar para a definição de letramento.
  • 1. Formas socialmente reconhecidas: comentam sobre as práticas contextualizadas. Fazem referência aos autores Scribner & Cole (1981). Essas práticas estão surgindo em ritmo acelerado e com uma boa dose de consciência por parte das pessoas que as estão construindo.
  • 2. Conteúdo significativo (no texto anterior não foi citado pelos autores): Gerar e comunicar significados, convidar pessoas para ressignificar novos textos e criar novos significados com outras. O conteúdo será significativo por meio da interação do texto com os destinatários.
  • Os leitores fazem ¨trabalho semiótico¨quando leem textos (Kress, 2003). É ¨o trabalho de preencher signos com conteúdo¨.
  • O significado envolve a articulação e a interpretação. Articulação - produzir um signo. Interpretação – produzir um ¨signo interiormente feito¨na leitura (GEE, 2004).
  • A interpretação de textos tem pouco ou nada a ver com as palavras literais por si só.
  • 3. Textos codificados. (1) Qualquer tipo de sistema de codificação que ¨captura¨a linguagem; (2) Reconhecimento e manipulação de símbolos alfabéticos; (3) ¨Congela¨a linguagem como uma passagem digitalmente codificada de fala e a carrega para um podcast (engajamento).
  • 4. Participação em Discursos – A construção de significados baseia-se na coordenação entre elementos humanos (maneira de pensar, agir, sentir, mover-se, etc) e não humanos (ferramentas, espaços, redes, etc). A partir disso torna-se reconhecível. Os textos evocam interpretação em todos os tipos de níveis que só podem ser parcialmente acessíveis linguisticamente.
  • ¨O signo pode ser um sinal, mas nem todo sinal é um signo¨. ¨O signo representa sempre menos daquilo que ele significa, temos como exemplo o mar¨. ¨O signo é sempre representação¨ (Prof. Luiz Fernando).
  • Reflexão - ¨Se não há texto, não há letramento¨ ( LANKSHEAR; KNOBEL). Qual texto que os autores se referem? Apenas texto escrito? Temos textos verbal, imagético, corporal, etc.
  • ¨Ao escrever um texto ou um livro nós somos ¨donos¨ da ideia, e não do significado. Muitas vezes ocorrem diversas interpretações e significados¨ (Prof. Luiz Fernando).
  • ¨É possível ser letrado e ser analfabeto¨ (Prof. Luiz Fernando).
  • As palavra têm dois sentidos: denotativo ou conotativo. Denotar – significar, exprimir, simbolizar. Conotação – sentido subentendido, ás vezes de teor subjetivo, que uma palavra ou expressão pode apresentar paralelamente à acepção em que é empregada. De fato conseguimos expressar muitas coisas com uma só palavra.
  • ¨A palavra só adquire vida quando está no texto¨. ¨O sentido está na gente e não no texto¨. ¨O texto não é conjunto lógico do pensamento¨ (Prof. Luiz Fernando).
  • A religião é uma forma de letramento ideológica.
  • O não humano está muito presente nas nossas vidas. Na cibercultura o não humano é um grande parceiro. Segundo Pierre Lévy, estamos criando simbiose com a máquina. A máquina também tem sido agente. A máquina tem capacidade de tomar decisões que muitas vezes nós humanos não tomamos. Cito como exemplo o alarme dado automaticamente pela máquina na ocorrência de um incêndio.
  • A ontologia de práticas de novos letramentos comemora a nova ¨ethos¨: (1) generosidade (quanto mais pessoas participarem mais rica a experiência); (2) apoio e aconselhamento gratuito;(3) construção colaborativa da prática; (4) benefício coletivo; (5) cooperação antes da competição.
  • Acredito que as novas práticas exigem engajamento, criatividade e inovação.
  • Para os nossos próximos encontros, uma das leituras sugeridas pelo Prof. Luiz Fernando foi o livro Multiletramentos na escola, de Roxane Rojo e Eduardo de Moura, da editora Parábola.
  • O Prof. Luiz Fernando comentou sobre o 1º Seminário UNISO – UFSCAR que será realizado nos dias 10 e 11 de dezembro.
  •  

    1º Seminário UNISO-UFSCAR (Câmpus Sorocaba)

    Tendências e Desafios da Educação Superior no Brasil



    Introdução

    Com o objetivo de discutir temas relevantes da educação no Brasil e promover o encontro e a troca de saberes, professores e alunos dos programas de pós-graduação em Educação da Uniso e da UFSCar uniram-se para a realização de um conjunto de atividades acadêmicas com periodicidade anual.

    O primeiro seminário: Tendências e Desafios da Educação Superior no Brasil, tem como discutir os seguintes temas:

    a) O público e o privado na educação brasileira: democratização e acesso;

    b) Educação superior: formação cidadã e trabalho;

    c) Expansão da Educação Superior no Brasil: democratização e acesso;

    d) A Educação a Distância no Brasil

    Período de realização - Dias 10 e 11 de dezembro de 2012.

    Locais

    Dia 10/12: UFSCAR- Câmpus Sorocaba - Auditório Principal - http://www.sorocaba.ufscar.br/ufscar/

    Dia 11/12: Uniso - Câmpus Cid. Universitária - Auditório Principal http://www.uniso.br/default.asp

    Contato

    Uniso – Prof. Dr. Waldemar Marques – waldemar.marques@prof.uniso.br;

    UFSCar – Profa. Dra. Teresa Mello: tpcmelo@gmail.com

    Participantes

    Alunos e professores de programas de graduação e de pós-graduação em Educação e áreas afins.

    Inscrições - Somente on-line.

    Prazo de inscrição - Até dia 7 de dezembro de 2012

    Formas de Participação

    - Pôster (1,00m x 0,75 m) - veja sugestões: http://letrasuniso.blogspot.com.br/2010/09/como-elaborar-um-poster-cientifico-1.html

    - Ouvinte

    Certificados - Serão oferecidos certificados digitais a todos os inscritos.

    PROGRAMAÇÃO

     

    10 DE DEZEMBRO - (UFSCAR- câmpus Sorocaba

     

    13:00 14:00 – RECEPÇÃO
    14:00 – ABERTURA - Diretor da UFSCar - câmpus Sorocaba, prof. Dr. Isaías Torres

    14:00 - 16:30 - MESA REDONDA: A educação a distância no Brasil: perspectivas e desafios

    Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes (UNISO)

    Profa. Dra. Tereza M.P. de Castro Mello (UFSCAR)

    Mediador: Prof. Dr. Marcos Francisco Martins

    17:00 -18:30 PAINEIS: Projetos e pesquisas na pós-graduação em educação

    Conversa com os autores

    18:00 -19:00 - ATIVIDADE CULTURAL

    19:00 -21:00 - MESA REDONDA: Educação superior: formação cidadã e trabalho

    Prof. Dr. Pedro Goergen (UNISO)

    Profa. Dra. Maria Carla Corrochano (UFSCAR)

    Mediadora: Profa. Dra. Bárbara Sicardi Nakayama

    21:00 -22:30 Painéis: projetos e pesquisas na pós-graduação em educação

     

    DIA 11 DE DEZEMBRO (Uniso- câmpus Cidade Universitária)

    MANHÃ

      

    9:00 -11:30 MESA REDONDA - Expansão da Educação Superior no Brasil e a formação de profissionais da Educação

    Prof. Dr. Waldemar Marques (UNISO)

    Profa. Dra. Bárbara Sicardi Nakayama (UFSCAR)

    Mediador: Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes

    12:00 –14:00 ALMOÇO

    11:00 até 17:30 - PAINEL

    TARDE

     

    14:30 –16:30 MESA REDONDA - O público e o privado na educação brasileira: democratização e acesso.

    Prof. Dr. José Dias Sobrinho (UNISO)

    Prof. Dr. Paulo Lima (UFSCAR)

    Mediador: Prof. Dr. Waldemar Marques

    16:30- 17:30 ATIVIDADE CULTURAL

    17:30-SOLENIDADE DE ENCERRAMENTO - Reitor da Universidade de Sorocaba - Prof. Dr. Fernando de Sá Del Fiol.

    Maiores informações disponível em: http://educacaoquestao.blogspot.com.br
     

quinta-feira, 1 de novembro de 2012


Nosso nono encontro: 30 outubro 2012



  • Artigo apresentado e discutido nesta aula: ¨Pesquisando Novos Letramentos: Práticas da Web 2.0 e suas perspectivas¨ dos autores Lankshear e Knobel. O artigo original está em inglês. A apresentação foi dos alunos Keli Rocha e Marcel Cardozo. Utilizaram slides para a apresentação.
  • LANKSHEAR, COLIN & KNOBEL, MICHELE. Researching New Literacies: Web 2.0 practices and insider perspectives. In: E–Learning, Volume 4, Number 3, 2007. Disponível em: www.wwwords.co.uk/ELEA
  • No resumo do artigo temos Novos Letramentos como uma construção útil para reconhecer e compreender como as mudanças na atualidade estão interferindo nas práticas sociais; bem como o uso de códigos e as trocas de significados.
  • Letramento: ¨Formas socialmente reconhecidas de geração, comunicação e negociação de conteúdo significativo por meio de textos codificados em contextos de participação em discursos¨.
  • O texto envolve três pontos principais:
          • Formas socialmente reconhecidas
          • Codificação de textos
          • Participação em discursos

  • O texto apresentado apresenta muitas informações e questionamentos que na maioria das vezes não são respondidos. São questionamentos para a reflexão do leitor.
  • ¨O remix não é reconhecido no contexto escolar. Porém é uma forma de escrita¨ (Prof. Luiz Fernando).
  • ¨O sentido não está no texto, mas sim na cabeça do leitor e na troca que ele faz¨ (Prof. Luiz Fernando).
  • 1. Formas socialmente reconhecidas – ¨Quando as pessoas participam em tarefas que levam a metas socialmente reconhecidas e fazem uso de um sistema compartilhado de tecnologia e conhecimento, estão envolvidas em uma prática social¨ (SCRIBNER & COLE, 1981).
  • 2.Codificação de textos – Os tipos de códigos utilizados na codificação podem ser variados e contingentes.
  • 3. Participação em Discursos – O discurso pode ser visto como a base subjacente dos princípios de sentido e significado. As práticas sociais são discursivas.
  • Semântica: Estuda a noção de sentido e significado. Estudo das mudanças sofridas, no tempo e no espaço, pela significação das palavras.
  • ¨O sentido é contextual¨. ¨Quem promove o sentido somos nós¨. ¨A negociação de sentidos depende também do tempo, é algo complexo¨ (Prof. Luiz Fernando).
  • Os autores Lankshear e Knobel fazem uma análise simples das mudanças digitais e seu paralelo em níveis sociais, econômicos e culturais. E dizem que essas mudanças permitem que as pessoas construam e participem de práticas de letramento que envolvem diferentes tipos de valores, sensibilidades, normas e procedimentos, adentrando no terreno da ¨ethos¨(como razão de ser).
  • Novas tecnologias – Novos aplicativos digitais em aparelhos eletrônicos:
          • Construção de hipertextos
          • Criação e edição de vídeos e áudios, inclusive remixes e animes
          • Criação de jogos (Halo)
          • Photoshopping

  • Novos Letramentos (em relação aos convencionais):
          • Mais participativos;
          • Mais colaborativos;
          • Mais distribuídos;
          • Menos individualizados;
          • Menos centrado no autor;
          • Ligados às mudanças culturais e sociais.

  • Discussão sobre a Web 1.0 e Web 2.0

Web 1.0
Web 2.0
- Artesanal
- Pós- industrial
- Industrial

- Produção e venda de material para consumo privado
- Busca alavancar a participação coletiva
-Fabricação de produtos acabados por indivíduos designados
- Concentração de experiências e inteligência dentro de um ambiente compartilhado


  • Web 2.0 – Inclusão, colaboração e participação:
            • Wikipédia
            • Novas práticas de letramento: mangás e anime (fanfiction – ficção criada por fãs; fanáticos)
            • Jogos online
            • Blogs

  • ¨Repertório é o conjunto de experiências¨. ¨Não podemos levar para a escola sempre os mesmos repertórios que os alunos conhecem e gostariam, senão não o estimulamos para outros repertórios¨ (Prof. Luiz Fernando).
  • Segundo os autores Lankshear e Knobel, temos que fazer uma análise atenta em relação ao novo letramento. O que pode parecer na superfície como engajamento em um novo letramento pode muito bem não ser. Ex.: You Tube.
  • Elementos da pesquisa para estudos socioculturais de novos letramentos – Construções para enquadramento:
            • reconhecimento de caminhos (como prática social);
            • significação de conteúdos;
            • codificação;
            • filiação a um discurso.

  • O texto nos propõe duas questões: 1. O que de fato pode ser considerado desenvolvimento de inovadoras abordagens teóricas e/ou metodológicas e misturas? 2. O surgimento de novos letramentos cria contextos e oportunidades para identificar e tratar de questões de teoria e método?
  • Foram discutidos alguns casos breve, mencionados pelos autores Lankshear e Knobel. (I) Pesquisa e desenvolvimento de jogos colaborativos online como novos letramentos. (II) Escrita análise e identidade online.
  • Foi comentado nesta aula, pelo Prof. Luiz Fernando, que muitos vídeos são produzidos e colocados no You Tube por candidatos a empregos em busca de trabalhos em setores diversos. Estão substituindo o curriculum de papel pelo vídeo. Porém, no mesmo dia da aula, quando eu estava com o carro parado em um semáforo, um jovem se aproximou de mim e me entregou um pedaço de papel. Jovem de aproximadamente 23 anos e de boa aparência. Para a minha surpresa o  jovem é universitário e  estava entregando um pequeno curriculum em uma folha digitada pedindo emprego. O jovem tem 28 anos, segundo a informação  no curriculum entregue. Observa-se o contraste dos dois fatos mencionados em um mundo digitalizado.
  • ¨A tecnologia virou fetiche¨ (Prof. Luiz Fernando).
  • ¨O novo ethos dos alunos é a busca de conteúdos fora da escola, o que a escola tem que fazer é inovar nas práticas pedagógicas¨ (Prof. Luiz Fernando). Concordo plenamente com o professor
  • Lembrei de Bauman quando o Prof. Luiz Fernando comentou que o mundo pós-moderno é individualista e imediatista.
  • ¨A tecnologia não vem com um código de ética¨ (Prof. Luiz Fernando).
  • O prof. Luiz Fernando fez comentários sobre um de seus artigos que trata da questão da pesquisa etnográfica em ambientes virtuais, e sua aplicação no contexto educacional. É uma questão muito interessante. Compartilho com vocês o resumo do artigo e o link para a leitura do artigo na íntegra.
  • NETNOGRAFIA: CONSIDERAÇÕES INICIAIS PARA PESQUISAS EM EDUCAÇÃO
    Eliete Jussara Nogueira, Luiz Fernando Gomes, Maria Lúcia de Amorim Soares

    Resumo


    Este trabalho discute a netnografia, um neologismo que designa uma abordagem metodológica para pesquisa etnográfica em ambientes virtuais, e sua aplicação no contexto educacional. O texto apresenta algumas das principais características da netnografia, aponta diferenças entre esta e a pesquisa etnográfica tradicional e discute questões cruciais dessa abordagem, tais como as noções de espaço, de comunidade virtual e princípios éticos que a norteiam. Ao final, apresenta uma reflexão sobre a importância de novas propostas metodológicas para pesquisas no cotidiano escolar que dêem conta das formas atuais de comunicação, de educação e de toda complexidade e dinamismo das relações sociais na escola e fora dela, tanto na ausência quanto na presença da tecnologia.
    Palavras-chave: Netnografia. Cotidiano escolar. Ambientes virtuais. Metodologia de pesquisa.
  • O artigo NETNOGRAFIA: CONSIDERAÇÕES INICIAIS PARA PESQUISAS EM EDUCAÇÃO está disponível em: <http://periodicos.uniso.br/ojs/index.php?journal=quaestio&page=article&op=view&path%5B%5D=696>. Acesso 30 out. 2012