terça-feira, 23 de outubro de 2012


Nosso oitavo encontro: 23 outubro de 2012

 
  • O Prof. Luiz Fernando participou da 35ª Reunião Anual da ANPEd que está acontecendo no Centro de Convenções do Hotel Armação, Porto de Galinhas - PE no período de 21 a 24 de outubro. O professor comentou sobre o encontro.
  • ANPEd – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação www.anped.org.br
  • A 35ª. Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação está sendo realizada neste ano de 2012 com o tema - Educação, Cultura, Pesquisa e Projetos de Desenvolvimento: o Brasil do Século XXI. O tema expressa a preocupação de que a Educação, como política pública social, deve contribuir para reduzir as desigualdades que marcam este país em um contexto de grande diversidade, no qual a cultura, pensada em sentido plural, deve ser respeitada. Ao mesmo tempo, o tema expressa e põe em discussão os vínculos que a Educação tem com as políticas econômicas e os projetos de desenvolvimento em disputa na sociedade. Disponível em: <http://35reuniao.anped.org.br>
  • O Prof. Luiz Fernando nos mostrou e comentou sobre os livros e catálogos que trouxe do encontro que participou – 35ª Reunião Anual da Anped.


 
Considerações sobre o texto apresentado e discutido em sala de aula:


  • Lynn Mario T. Menezes de Souza desde 1994 tem trabalhado com ensino de leitura, textos, conceitos de interpretação e letramento. Enfatizava a leitura e interpretação de textos desvinculados do seu contexto social. Quando começou a fazer pesquisa sobre a escrita indígena e as políticas de letramento indígena começou a perceber a importância da conexão entre a escrita, conceito de texto, processo de leitura, cultura, ideologia e contexto histórico.
  • Saber X Contexto (mudança no conceito).
  • ¨O saber nunca pode ser algo independente de quem usa, cria-se esse valor¨ (Lynn Mario T. Menezes de Souza).
  • ¨O saber é algo relativo e conectado ao contexto de uso e de produção¨ (Lynn Mario T. Menezes de Souza).
  • Definição de informação.
  • O que transforma a informação em saber é o contexto e a necessidade de quem acessa essa informação.
  • ¨Como essa informação vai transformar, modificar os seus saberes anteriores?¨ (Lynn Mario T. Menezes de Souza).
  • O saber é uma informação contextualizada.
  • O saber é sempre algo social e não independente.
  • ¨Os saberes precisam ser contextualizados¨ (Lynn Mario T. Menezes de Souza).
  • Mundo globalizado contemporâneo – Importante que a escola prepare os alunos não somente para viver em um mundo informatizado, mas também para lidar com os conflitos causados pelas diferenças, através do letramento crítico.
  • O letramento crítico envolve análise e crítica da relação entre textos, linguagem, poder, grupos sociais e práticas sociais.
  • Ao apontar o leitor como sujeito crítico, Freire (2005, p.242) enfatiza a importância daquilo que o leitor traz para o ato de ler e construir significados.
  • Freire (2005, p. 151) fala de maneiras ¨ingênuas¨ de ler o mundo, baseando-se no sentido comum, onde os significados são tomados como ¨dados¨, ¨naturais¨, incontestáveis e representam uma forma de saber elaborado a partir da ¨experiência¨.
  • Por crítico, Menezes de Souza nos remete aos pressupostos de Paulo Freire (2005, p. 242), principalmente no que diz respeito ao significado de conscientização trazido por esse autor:
    [...] a conscientização não era outra coisa senão o esforço da compreensão do mundo histórico-social sobre que se está intervindo ou se pretende intervir politicamente. O mesmo ocorre com a compreensão de um texto de cuja invenção os leitores não podem escapar, embora respeitando o trabalho realizado, neste sentido, por seu autor. Não há realmente, prática educativa que não seja um ato de conhecimento e não de transferência de conhecimento. Um ato de que o educando seja um dos sujeitos críticos.

  • O ato de compreender um objeto (ou situação) para Freire pode acontecer de forma ingênua ou rigorosa.
  • Mediante observação rigorosa o sujeito leitor é capaz de diferenciar o senso comum e aprender a ouvir o que texto quer dizer. É nesse ínterim que a ação pedagógica torna-se primordial, no sentido de ¨promover o afastamento das leituras ingênuas do mundo para desenvolver leituras mais críticas¨ (MENEZES DE SOUZA, 2011, p.132), lembrando que ¨não é falando que eu aprendo a falar, mas escutando que eu aprendo a falar¨(FREIRE, 2005, p.157).
  • Nesse processo de desenvolvimento da percepção crítica da relação palavra-mundo, passa-se da consciência ingênua, do senso comum, de simplesmente ¨estar no mundo¨ para a consciência da conexão e da diferença entre estar no mundo e estar com o mundo.
  • Conexão entre o ¨eu¨ e o ¨não-eu¨.
  • Um passo importante para perceber a conexão entre o ¨não-eu¨coletivo e o ¨eu¨ no processo educacional de desenvolver a conscientização crítica está na importância de aprender a escutar/ouvir.
  • Ao aprender a escutar, o aprendiz pode perceber que seu mundo e sua palavra – ou seja, seus valores e seus significados – se originam na coletividade sócio-histórica na qual nasceu e a qual pertence.
  • Letramento crítico – é necessário nos posicionar quando fazemos a leitura de um texto verbal ou imagético (Prof. Luiz Fernando Gomes).
  • Ler criticamente implica em desempenhar pelo menos dois atos simultâneos e inseparáveis:
    (1) perceber não apenas como o autor produziu determinados significados que tem origem em seu contexto e seu pertencimento sócio-histórico, mas ao mesmo tempo,
    (2) perceber como, enquanto leitores, a nossa percepção desses significados e de seu contexto sócio-histórico está inseparável de nosso próprio contexto sócio-histórico e os significados que dele adquirimos. É assim que podemos apreciar em toda a sua plenitude a complexidade do papel das origens sociais e das da história na relação freireana palavra-mundo.
  • Tanto o autor quanto o leitor são produtores de textos e produtores/construtores de significados através da linguagem.

Características de uma abordagem de letramento crítico:
  • A criticidade está em não apenas escutar o outro em termos de seu contexto sócio-histórico de produção de significação, mas em também de ouvir escutando o outro.
  • Desconstrução da estrutura e das características do texto.
  • Os textos não são considerados como atemporais, universais e não-tendenciosos.
  • Exploração de leitura alternativa (implica questionamentos de valores subjacentes ao texto).
  • Consideração do tempo e da cultura nos quais o texto foi construído.

Precisamos fazer a diferença, e não sermos diferentes. Coloco para reflexão uma das imagens que foram discutidas em aula:



  • O desafio da educação é fazer a diferença.
  • O nosso posicionamento é muito importante no letramento crítico.
  • ¨Precisamos nos reconhecer como leitor para fazermos uma leitura crítica¨ (Prof. Luiz Fernando).


quinta-feira, 18 de outubro de 2012


Nosso sétimo encontro: 16 outubro de 2012


  • O Prof. Luiz Fernando iniciou a aula comentando sobre as entrevistas que deu para o jornal Cruzeiro do Sul. A notícia publicada na edição de 10/10/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 12 do caderno A, tem como assunto a Educação 3.0: a tecnologia que está a serviço do ensino, e a notícia publicada na edição de 13/10/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 1 do caderno C, tem como destaque o lançamento do seu livro ¨Palavrando – Poemas Inconformados¨ com o título ¨Inconformismos poéticos dão adeus às gavetas¨.
  • Ao fazer referência à Educação 3.0 o Prof. Luiz Fernando destaca que ¨Em cada contexto de uso da linguagem há uma necessidade¨.
  • Antes da apresentação e discussão do artigo da aula de hoje, o Prof. Luiz Fernando elogiou e comentou sobre os trabalhos de Luiz Paulo da Moita Lopes, citando-o como um dos principais linguísticas.
  • Artigo apresentado e discutido nesta aula: ¨Os novos letramentos digitais como lugares de construção de ativismo político sobre sexualidade e gênero¨. Apresentação das alunas: Marcelia e Lygia. Utilizaram slides estáticos para a apresentação.
  • MOITA LOPES, L. P. Os novos letramentos digitais como lugares de construção de ativismo político sobre sexualidade e gênero. In: Trab. Linguis. Apl. Vol.49 nº2. Campinas July/Dec.2010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-18132010000200006&script=sci_arttext
  • 1º Slide: definição da Web..
  • Discussão na visão de Moita sobre os novos letramentos digitais na perspectiva sociocultural.
  • Destaco um parágrafo do texto de Moita que gerou vários comentários e reflexões.
    Os ganhos epistêmicos de tal enfoque estão relacionados, portanto, à possibilidade de compreender os novos letramentos digitais como práticas sociais nas quais atores operam ou agem em um ethos colaborativo e participativo na construção de significados (Moita Lopes, no prelo), reconhecendo socialmente tais operações/ações como um modo de fazer coisas no mundo (Lankshear & Knobel, 2007:4). Essa é uma distinção crucial, posto que possibilita teoricamente a compreensão de novos letramentos digitais como lugares de ativismo político ou de transgredir significados cristalizados, aumentando infinitamente os modos e lugares de ação sociopolítica na vida social. Implícito está aqui a ideia de que a Internet amplia as possibilidades de relacionamentos sociais para além dos horizontes tradicionais (do mundo da família, da escola, dos amigos etc.), nos colocando de forma dramática frente a frente com a alteridade e com a politização da vida social. (MOITA, 2010, p.398, grifo nosso).
  • Características da Web 1.0 e a Web 2.0 como dois tipos diferentes de mindset ou modos de pensar e conhecer. Foi feito um paralelo: Web 1.0 x Web 2.0.
  • O que diferencia a Web 1.0 e a Web 2.0 é a capacidade de produção e divulgação na internet. Destaca-se a interatividade na Web 2.0. ¨Na Web 1.0 éramos apenas telespectadores¨.
  • Na Web 2.0 temos a possibilidade do anonimato. Mas até que ponto somos realmente anônimos na rede?
  • ¨Na Web 2.0 há um convite à politização da vida social¨ - Marcelia
  • Slide: Conceito de sub-política e a contribuição da ¨multidão¨.
  • Slide: Sub-política – ¨É o resultado desta interatividade produzindo novos questionamentos, gerando dúvidas e consequentemente versões diferenciadas das oficiais¨.
  • Ativismo político na Web 2.0:
    A necessidade de estudar os novos letramentos digitais de tal perspectiva pode ser explicada, primeiramente, pelo fato de serem caracterizados como típicos do mindset 2.0, no qual o participante se transforma em um ¨prosumidor¨, ou seja, envolve-se na construção do discurso com outros. E em segundo lugar, por que nas redes sociais da Web 2.0, os participantes têm colaborado na construção de sub-políticas, por meio das quais os indivíduos têm anunciado os temas que têm feito ultrapassar dogmas e narrativas cristalizados. Esses temas nas telas dos computadores adentram as nossas casas e são bem diferentes da política oficial. Tal visão é importante, já que ¨os temas do futuro, que agora estão na boca de todos, não se originaram na boca dos governantes ou nas brigas do parlamento¨ (Beck, 1995:31). Inicialmente, apareceram nos movimentos sociais e agora se multiplicam nas redes sociais, que pode, ser compreendidos como um espaço para escapar da política oficial ou da política do senso comum. ( MOITA, 2010, p.400-401, grifo nosso).

  • Análise da sexualidade e gênero – análise de um blog e uma página no orkut
  • No texto (p.402) Linell sugere quatro categorias ou dimensões diferentes para estudar o domínio e as assimetrias no diálogo:
      • 1. Quantidade de fala;
      • 2. Domínio Semântico;
      • 3. Domínio Interacional;
      • 4. Domínio Estratégico.
  • Discussão: Direitos Fundamentais LGBT.
  • A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT, foi criada em 31 de janeiro de 1995, com 31 grupos fundadores. Hoje a ABGLT é uma rede nacional de 237 organizações afiliadas. É a maior rede LGBT na América Latina. A missão da ABGLT é Promover ações que garantam a cidadania e os direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, contribuindo para a construção de uma sociedade democrática, na qual nenhuma pessoa seja submetida a quaisquer formas de discriminação, coerção e violência, em razão de suas orientações sexuais e identidades de gênero. Disponível em <http://www.abglt.org.br/port/index.php>
  • Discussão: Feminismo e Feministas.
  • ¨O movimento LGBTs é mais aceito que os movimentos ativismo político sobre sexualidade e gênero¨ (Marcelia).
  • Discussão: Marcha das vadias – movimento feminino.
  • A Marcha das Vadias ou Marcha das Galdérias (em inglês: SlutWalk) é um movimento que surgiu a partir de um protesto realizado no dia 3 de abril de 2011 em Toronto, no Canadà, e desde então se internacionalizou, sendo realizado em diversas partes do mundo. A Marcha das Vadias protesta contra a crença de que as mulheres que são vítimas de estupro pediram isso devido as suas vestimentas. As mulheres durante a marcha usam não só roupas cotidianas, mas também roupas consideradas provocantes, como blusinhas transparentes, lingerie, saias, salto alto ou apenas o sutiã. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Marcha_das_Vadias
  • A primeira Marcha das Vadias no Brasil ocorreu em São Paulo, em 4 de junho de 2011, organizada pela publicitária curitibana Madô Lopez. Após o anúncio do evento com a criação de uma página no Facebook, mais de 6 mil pessoas confirmaram presença. No entanto, diferentemente das versões em outros países, somente cerca de 300 pessoas compareceram, de acordo com a contagem da Polícia Militar. Neste mesmo ano, iniciou-se a manifestação em Recife, Belo Horizonte e Brasília, e em 2012, no dia 29 de junho, ocorreu a 1ª Marcha das Vadias na cidade de Teresina. No dia 28 de julho de 2012, aconteceu a primeira marcha em São José do Rio Preto, SP. De acordo com a antropólga Julia Zamboni, o movimento é feito por feministas que buscam a igualdade de gênero. "Ser chamada de vadia é uma condição machista. Os homens dizem que a gente é vadia quando dizemos sim para eles e também quando dizemos não", afirmou. "A gente é vadia porque a gente é livre", destacou. No Brasil, a marcha também chama atenção para o número de estupros ocorridos no país. Por ano, cerca de 15 mil mulheres são estupradas. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Marcha_das_Vadias
  • ¨Quando o autor, Moita, fala de multidão ele está se referindo às diversidades, e não a uma massa amorfa¨ (Marcelia)
  • Comentário e reflexões pelo Prof. Luiz Fernando após a apresentação das alunas Marcelia e Lygia. O professor fez uma complementação em relação ao tema abordado.

Entrevista com o Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes - lançamento do seu livro

¨Palavrando – Poemas Inconformados¨

 

Inconformismos poéticos dão adeus às gavetas

Luiz Fernando Gomes, professor da Uniso, acaba de lançar o livro 'Palavrando', que reúne poesias escritas anos atrás
Estavam num canto, esperando baixar toda poeira, toda a carga de emoções que continha neles - Luiz Fernando Gomes - Por: Emídio Marques

 
Notícia publicada na edição de 13/10/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 1 do caderno C
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Ele desenterrou as palavras escritas há 30 anos e agora as devolve à superfície em quase 150 páginas de delicados inconformismos. Doutor em Linguística Aplicada e professor do curso de Letras e de Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Sorocaba (Uniso), Luiz Fernando Gomes acaba de lançar seu primeiro livro "não acadêmico", o "Palavrando - Inconformismos Poéticos", pela editora Crearte, explorando outra faceta de sua pesquisa com linguagens. "Usei o papel como suporte, mas explorei a linguagem multimodal, combinando texto com imagem, tentei fazer como se fossem poesias visuais", explica Gomes, adiantando ao leitor que, além dos poemas, utiliza no livro imagens também criadas por ele.

Os poemas que constam na obra já foram escritos há anos e estavam engavetados. "Estavam num canto, esperando baixar toda poeira, toda a carga de emoções que continha neles. Queria saber até quando eu seria a mesma pessoa, depois de mudanças e mais mudanças somos mais ou menos os mesmos", fala ele, que voltou a abrir as gavetas no ano passado. Passados 30 anos, conta ele, viu que apesar do passar do tempo continua sentindo e vendo o mundo do mesmo jeito, e decidiu publicá-los. "É uma fase da vida da gente que começamos a olhar para o que a gente já fez e está pretendendo. Estava tentando entender como estavam as minhas emoções com relação a uma série de coisas... Os poemas são tão doidos como eu, mas melhores do que eu", considera.

Experiente na publicação de livros acadêmicos, o autor conta que expor suas angústias, reviver momentos, não foi uma experiência fácil. "Nos dois outros livros (acadêmicos), eu tinha apoio teórico, pesquisa, mas nesse a gente fica nu", compara ele, que percebeu um certo inconformismo - mas não uma revolta - sempre presente em sua obra, por isso o subtítulo. De acordo com ele, quando tinha que apresentar os livros sobre seus projetos de pesquisa acadêmicas às editoras, chegava firme e confiante de si, no entanto, quando procurou a editora para apresentar seus poemas "falava quase embaixo da mesa", conta sobre a produção, que foi apreciada pelo professor Armando Oliveira Lima, muito antes de Gomes pensar em publicar. Aliás, a importância de Armando e de Agenor Oliva de Morais Júnior para a publicação é explicitada logo no início da obra, em forma de homenagem.

Sem especificar nomes, Gomes conta que suas referências são a soma de muitos poetas que leu. "Eu, no meu caso, li muitos deles, está cheio de poetas muito bons, mas na hora de escrever tento não pensar neles, tento traduzir as imagens em palavras, as minhas poesias são imagéticas", conclui. Na apresentação do livro, o professor e teatrólogo Roberto Gill Camargo escreve que o livro é uma confissão, quase uma autobiografia em verso, metáforas e referências. "À medida que folhamos o livro, deparamo-nos com impressões, conceitos, inquietações, descrições de momentos, dor e prazer de existir e ao mesmo tempo de questionar a rotina, a palavra, o amor, a natureza", resume.

Serviço
O livro "Palavrando - Inconformismos Poéticos", de Luiz Fernando Gomes está à venda na Livraria Nobel do shopping Villàggio (Praça Pio 12, Santa Rosália), por R$ 20. Interessados também podem adquiri-lo através de contato direto com o autor, através do email: luiz.gomes39@gmail.com.

A Paisagem

"A Paisagem
Não muda a cada viagem
Mudo eu
Assisto à sua passagem da janela
Da pista
De mim
Árvores são árvores
Eu não
Sou quinze vinte trinta anos
Diferente
Transformo contagio
Insisto Revisto
Minha poesia vai e vem
Apenas meu nome se mantém"

Lanço meu poemas
"Lanço meu poemas
Num momento em que duvido deles
E duvido de mim
Não sou poeta
O que há é um eco sem fim
De palavras gritando aquidentro
E nessas folhas velhas de
gaveta. Os versos desse livreto
São um engano
Traições de uma caneta Bic
Talvez você se preocupe em ler
Talvez a palavra escrita o in­comode
Mas tire o band-aid devaga­rinho
O livro é uma chaga aberta
Que dói diariamente
E duvide, amigo, dos versos,
das canções
Das aparências
E duvide do que eu digo"


Eu já li o livro e gostei muito.

¨Com o livro de poema Palavrando, Luiz Fernando Gomes, revela uma outra face de sua vida que ainda não conhecíamos: a do poeta que escreve em primeira pessoa, que se desvela ao mundo não como estudioso e pesquisador, mas como alguém que procura entender o sentido da existência, o mistério das palavras, os medos, o significado da natureza, das ações e das coisas¨ - professor e teatrólogo Roberto Gill Camargo - prefácio do livro.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012


Entrevista com o nosso Prof. Luiz Fernando Gomes

Notícia publicada na edição de 10/10/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 12 do caderno A


Educação 3.0: a tecnologia que está a serviço do ensino

 
 

Professores devem estar prontos para alunos cada vez mais conectados e informados

 
 

Daniela Jacinto
daniela.jacinto@jcruzeiro.com.br



A Educação é uma das áreas que mais tem estudos, conceitos e teorias para o aprimoramento do processo ensino-aprendizagem. São tantas as propostas que muitas vezes sequer chegam a ser praticadas nas escolas: ficam limitadas a ideais a serem alcançados um dia. Na atualidade, muito tem se falado sobre o conceito de Educação 3.0, mas afinal do que se trata exatamente? Durante o congresso InovaEduca3.0 realizado no dia 1º de outubro em São Paulo, o professor John Moravec, da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, esclareceu que trata-se do paradigma da educação associado com a Sociedade 3.0.


O professor Moravec explicou: "A sociedade 1.0 foi a passagem da sociedade agrícola para a industrial, entre os séculos 18 e 20. A 2.0 é associada com a emergência da sociedade do conhecimento, que começou no século 20, ligada à criação e ao compartilhamento de conhecimento em sistemas mais complexos. Já a sociedade 3.0 é impulsionada pela aceleração das mudanças tecnológicas e sociais, e caracterizada pela presença da globalização, horizontalização do conhecimento e relacionamentos, e uma sociedade orientada pela inovação dos cidadãos", afirmou.


Nesse sentido, seis pilares definem uma Escola 3.0, conforme acrescentou Jim Lengel, consultor e professor da Universidade de Nova York: nela, os estudantes trabalham em problemas que valem a pena ser resolvidos (problemas que afetam a comunidade onde vivem); trabalham de forma colaborativa com os professores; desenvolvem pesquisas autodirecionadas; aprendem como contar uma boa história; aplicam ferramentas adequadas para cada tarefa; e são estimulados a serem curiosos e criativos.


E como são os professores? Eles devem estar prontos para lidar com alunos cada vez mais conectados e informados e que, muito mais do que mestres, querem encontrar mentores capazes de facilitar o processo de aprendizado e aptos a direcioná-los para a solução de problemas que irão enfrentar para construir uma sociedade melhor. São desafios demandados pela Geração Y, a geração da internet, que tem gerado uma demanda pela revolução digital nas escolas.


Tecnologia como aliada do ensino


O termo Educação 3.0 foi usado pela primeira vez em 2007 pelo professor Derek Keats, da Universidade de Witwatersrand, de Joanesburgo (África do Sul), porém o conceito vem sendo amplamente difundido nos Estados Unidos. Em Nova York, 16 escolas já estão afinadas com as propostas.

De acordo com Jim Lengel, a tecnologia digital deixa a sala de aula mais viva, instigante. "O professor apresenta uma ideia ilustrada por imagens, som, voz e música; os alunos acompanham a aula em seus dispositivos móveis, com links para conteúdos referenciados, estimulando que façam perguntas mais profundas e discutam temas complexos com seus pares. E, após a aula, a aprendizagem continua: os estudantes pesquisam e criam suas próprias soluções e apresentações, muitas vezes junto a um grupo de estudo virtual."

Lengel afirma que muito do que é apresentado hoje na sala de aula, como a dissertação e exposição dos conteúdos pelo professor, será acessado em casa ou no ônibus pelos estudantes, reservando-se o tempo de aula para lidar com os pontos difíceis. Ainda na Escola 3.0 o aluno raramente entrega seus trabalhos em papel. Em vez disso, mantém um portfólio online, uma coleção de trabalhos que fornecem evidências de aprendizagem para os professores e pode ser usado posteriormente para a admissão para a faculdade ou entrevista de emprego.

Tudo isso parece muito utópico, mas conforme o professor, o Brasil já está evoluindo nesse aspecto. "O País está fazendo grandes investimentos na educação, desenvolvendo novas capacidades, especialmente no ensino secundário e universitário, para preparar seus cidadãos para uma economia moderna e uma democracia participativa", afirma. Lengel cita exemplos de grupos educativos avançados, tais como o Senai em Santa Catarina, que estão projetando novas escolas em torno dos princípios da Educação 3.0, bem como programas de formação de professores no Estado de São Paulo, que estão preparando educadores com habilidades importantes no ensino e aprendizado digital.


Professor alerta: cuidado com as novidades


Para o professor doutor Luiz Fernando Gomes, do programa de pós-graduação em Educação da Universidade de Sorocaba (Uniso) e coordenador do Centro de Educação e Tecnologia da mesma universidade, é preciso ter cuidado com as novidades. "Precisamos olhar esses ditos novos conceitos com certa parcimônia. A ideia de chamar de 3.0 faz referência a ser melhor, superior, está associada a nomenclaturas de informática. Esse conceito está na esteira da Web 1.0, surgida em 1994. Depois veio a Web 2.0, que a gente pode participar mais porque temos como colocar nossos conteúdos na internet, ou seja, é uma web mais participativa", esclarece.

Para
Luiz Fernando, a tecnologia e a educação ainda não fizeram as pazes. "Enquanto nós, educadores, estamos procurando caminhos para conciliar o potencial pedagógico com as tecnologias, surgem novas tecnologias, sempre desafiando os professores para seu uso educacional. Nem o que é anterior está assimilado e já vem outra coisa. Por exemplo, nós nem bem entendemos como usar o data show em sala de aula e veio a lousa digital. A gente nem conseguiu entender direito a lousa digital e ela está ficando para trás com os tablets, então imagina a quantidade de desafios pedagógicos para os professores acompanharem a voracidade da criação tecnológica", observa.

Em contraponto a tudo isso, o professor faz um alerta. "As propostas da Educação 3.0 são as propostas que nós, educadores, discutimos desde que começamos a trabalhar com a educação. Não é nada novo. A tendência é trabalhar de forma menos vertical e mais horizontalizada com o aluno, entre outras ideias da Educação 3.0, que fala de práticas já amplamente discutidas".

Na visão de Luiz Fernando, a proposta de uma educação mais aliada da tecnologia é algo idealizado. "Nós idealizamos os professores, os alunos e a escola e nos esquecemos que as pessoas não são o ideal, são o real, o que é possível ser. Na educação as coisas acontecem num tempo muito diferente do que acontece na informática. Na educação as coisas são mais lentas. A tecnologia é voraz, vive de vender produtos novos, nasceu para não saciar, é quase um fast food e a educação é o contrário disso, ela pretende mastigar mais devagar para ficar mais tempo nutrindo", pondera.

Os professores, ainda conforme Luiz Fernando, são instigados a acompanhar certas tendências e modismos tecnológicos sem estar convencidos de que as novas ferramentas serão aliadas. "Eles ficam sem saber como fazer, envergonhados por acharem que os alunos estão mais à frente por causa disso. É um olhar invertido. O correto é pensar em como a tecnologia pode servir a educação e não o contrário", observa.


Prof. Dr, Luiz Fernando Gomes


quinta-feira, 11 de outubro de 2012


Nosso sexto encontro: 09 outubro de 2012


  • Hoje o Prof. Luiz Fernando iniciou sua aula mostrando várias imagens de revistas, e nos instigou para a leitura crítica das imagens apresentadas. Muitas vezes, nós, seus alunos não temos o olhar crítico que o professor gostaria. Segundo o Prof. Luiz Fernando, ¨Educação rima com revolução¨. Essa afirmação tem a finalidade de provocar reflexões.
  • No nosso primeiro encontro o Prof. Luiz Fernando nos mostrou uma carta manuscrita que recebeu, e novamente ele comenta sobre a carta, e diz que só agora, após 60 dias, é que fez a postagem no correio respondendo a carta. Novamente foi mencionado a facilidade dos e-mails para a nossa comunicação.
  • Artigo apresentado e discutido nesta aula: ¨Novos letramentos, ensino de língua estrangeira e o papel da escola pública no século XXI¨. Apresentação das alunas: Elma e Aline
  • MATOS, Andrea. M de Almeida. Novos letramentos, ensino de língua estrangeira e o papel da escola pública no século XXI In: JORDÃO (org.) Letramentos e Multiletramentos no Ensino de Línguas e Literaturas. Revista X, vol.1, :33-47, 2011. Disponível em http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/revistax/article/view/22474
  • Na apresentação do artigo em discussão foram utilizados slides e vídeos, além de amostras de convites com padrões que divergem dos convites tradicionais; um dos convites de casamento lembra uma notícia de jornal.
  • Entre os vários slides apresentados, geralmente com imagens e legendas, um deles é sobre os correios que tiveram que se adaptar ao mundo moderno; além da entrega de correspondências, apresentam aproximadamente 34 serviços diferenciados (adaptação de acordo com a atual necessidade).
  • Slide: ¨O homem criou uma forma de escrita que adquiriu universalidade, tornando mais fácil a comunicação entre povos de línguas diferentes¨. Ex.: Twitter, Facebook, Tumblr, Msn, Orkut. Até mesmo o Pombo Correio mudou, agora é o twitter.
  • Um dos vídeos apresentados nos mostra o Pombo Correio; observa-se que que no peito do pombo azul está escrito twitter. Twitter significa gorjear.
  • Slide: Mudanças e Transformações – nos mostra a evolução do desenho em quadrinhos de Maurício de Souza. Temos nos desenhos transformações físicas, sociais e culturais. Nas transformações conceituais foi citado o gibi ¨Mônica Jovem¨.
  • Houve discussão da capa da revista em quadrinhos apresentada, Mônica Jovem, e os seus respectivos personagens, enfocando as diversas mudanças e transformações ocorridas com o passar do tempo.
  • Recursos gráficos – outdoors..
  • Hipertexto – a leitura passa a ser não-linear ou multilinear. ¨Para ser hipertexto é necessário clicar¨ (Prof. Luiz Fernando).
  • Discussão sobre mapa conceitual.
  • Conceito significa ideia. A função do mapa conceitual é mostrar caminhos, ou seja, mostrar ideias que estão no texto.
  • As palavras têm uma carga de informações. O bom leitor identifica no texto as palavras de conceitos ou ideias mais significativas para a sua leitura. (Prof. Luiz Fernando).
  • ¨Nos mapas conceituais temos uma qualidade de entendimento por parte dos alunos¨ (Prof. Luiz Fernando).
  • Os mapas conceituais estimulam a criatividade dos alunos.
  • Para cada parágrafo do texto temos uma ideia. Da ideia primária extraímos as ideias secundárias, e dessas, as ideias terciárias; dificilmente chegamos na ideia quartenária.
  • O texto é um tecido de temas e comentários.
  • Discussão: Letramentos – vários conceitos, questionamentos e exemplos.
  • Outros assuntos abordados: globalização, noções de cidadania, inclusão x exclusão social.
  • Muitas vezes tomamos posse de informações distorcidas. Não podemos confiar em tudo que encontramos na internet.
  • Letramento crítico – é necessário nos posicionar quando fazemos a leitura de um texto verbal ou imagético (Prof. Luiz Fernando Gomes).
  • Comentários do Prof. Luiz Fernando sobre as imagens apresentadas nos slides.
  • Hoje, nesta aula tivemos a presença da professora Lilian Mara Dal Cin dos Santos que veio de Itatiba apresentar/socializar a sua dissertação de Mestrado (UNICAMP) com a nossa turma. Convite do Prof. Luiz Fernando Gomes.
  • A defesa de dissertação da Prof.ª Lilian ocorreu no dia 09 de agosto deste ano.
  • O tema da dissertação é o twitter, e o título – O Pio do pássaro: uma análise das funções prototípicas do tweet.
  • A Prof.ª Lilian inicia a sua fala explicando o porque do termo pio do pássaro. Segundo Lilian, o pio do pássaro é uma menção à vibração do burburinho dos pássaros.
  • A Prof.ª Lilian mencionou a dificuldade de encontrar referências para a sua pesquisa.
  • A Prof.ª Lilian, como pesquisadora, encontrou e analisou cinco esferas no twitter:
        • Esfera cotidiana – é a esfera das relações familiares; a esfera comum. Analisou a estudante de mestrado Flávia Orci.
        • Esfera cotidiana e artística. Analisou o adolescente João Pismel.
        • Esfera literária. Analisou o escritor Fabrício Carpinejar.
        • Esfera jornalística. Analisou a jornalista Rosana Hermann.
        • Esfera artística. Analisou o humorista Rafinha Bastos.

  • Foram feitas análises nas cinco esferas encontradas no twitter, tendo com referência as três funções:
        • Informar o que está acontecendo
        • Interagir
        • Fazer refletir

  • Nas considerações finais a pesquisadora faz uma retomada das cinco esferas encontradas no twitter e seus respectivos representantes por ela eleitos e estudados.
  • A apresentação durou aproximadamente uma hora. Foi de grande valia a exposição da Prof.ª Lilian. Gostei muito.