terça-feira, 23 de outubro de 2012


Nosso oitavo encontro: 23 outubro de 2012

 
  • O Prof. Luiz Fernando participou da 35ª Reunião Anual da ANPEd que está acontecendo no Centro de Convenções do Hotel Armação, Porto de Galinhas - PE no período de 21 a 24 de outubro. O professor comentou sobre o encontro.
  • ANPEd – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação www.anped.org.br
  • A 35ª. Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação está sendo realizada neste ano de 2012 com o tema - Educação, Cultura, Pesquisa e Projetos de Desenvolvimento: o Brasil do Século XXI. O tema expressa a preocupação de que a Educação, como política pública social, deve contribuir para reduzir as desigualdades que marcam este país em um contexto de grande diversidade, no qual a cultura, pensada em sentido plural, deve ser respeitada. Ao mesmo tempo, o tema expressa e põe em discussão os vínculos que a Educação tem com as políticas econômicas e os projetos de desenvolvimento em disputa na sociedade. Disponível em: <http://35reuniao.anped.org.br>
  • O Prof. Luiz Fernando nos mostrou e comentou sobre os livros e catálogos que trouxe do encontro que participou – 35ª Reunião Anual da Anped.


 
Considerações sobre o texto apresentado e discutido em sala de aula:


  • Lynn Mario T. Menezes de Souza desde 1994 tem trabalhado com ensino de leitura, textos, conceitos de interpretação e letramento. Enfatizava a leitura e interpretação de textos desvinculados do seu contexto social. Quando começou a fazer pesquisa sobre a escrita indígena e as políticas de letramento indígena começou a perceber a importância da conexão entre a escrita, conceito de texto, processo de leitura, cultura, ideologia e contexto histórico.
  • Saber X Contexto (mudança no conceito).
  • ¨O saber nunca pode ser algo independente de quem usa, cria-se esse valor¨ (Lynn Mario T. Menezes de Souza).
  • ¨O saber é algo relativo e conectado ao contexto de uso e de produção¨ (Lynn Mario T. Menezes de Souza).
  • Definição de informação.
  • O que transforma a informação em saber é o contexto e a necessidade de quem acessa essa informação.
  • ¨Como essa informação vai transformar, modificar os seus saberes anteriores?¨ (Lynn Mario T. Menezes de Souza).
  • O saber é uma informação contextualizada.
  • O saber é sempre algo social e não independente.
  • ¨Os saberes precisam ser contextualizados¨ (Lynn Mario T. Menezes de Souza).
  • Mundo globalizado contemporâneo – Importante que a escola prepare os alunos não somente para viver em um mundo informatizado, mas também para lidar com os conflitos causados pelas diferenças, através do letramento crítico.
  • O letramento crítico envolve análise e crítica da relação entre textos, linguagem, poder, grupos sociais e práticas sociais.
  • Ao apontar o leitor como sujeito crítico, Freire (2005, p.242) enfatiza a importância daquilo que o leitor traz para o ato de ler e construir significados.
  • Freire (2005, p. 151) fala de maneiras ¨ingênuas¨ de ler o mundo, baseando-se no sentido comum, onde os significados são tomados como ¨dados¨, ¨naturais¨, incontestáveis e representam uma forma de saber elaborado a partir da ¨experiência¨.
  • Por crítico, Menezes de Souza nos remete aos pressupostos de Paulo Freire (2005, p. 242), principalmente no que diz respeito ao significado de conscientização trazido por esse autor:
    [...] a conscientização não era outra coisa senão o esforço da compreensão do mundo histórico-social sobre que se está intervindo ou se pretende intervir politicamente. O mesmo ocorre com a compreensão de um texto de cuja invenção os leitores não podem escapar, embora respeitando o trabalho realizado, neste sentido, por seu autor. Não há realmente, prática educativa que não seja um ato de conhecimento e não de transferência de conhecimento. Um ato de que o educando seja um dos sujeitos críticos.

  • O ato de compreender um objeto (ou situação) para Freire pode acontecer de forma ingênua ou rigorosa.
  • Mediante observação rigorosa o sujeito leitor é capaz de diferenciar o senso comum e aprender a ouvir o que texto quer dizer. É nesse ínterim que a ação pedagógica torna-se primordial, no sentido de ¨promover o afastamento das leituras ingênuas do mundo para desenvolver leituras mais críticas¨ (MENEZES DE SOUZA, 2011, p.132), lembrando que ¨não é falando que eu aprendo a falar, mas escutando que eu aprendo a falar¨(FREIRE, 2005, p.157).
  • Nesse processo de desenvolvimento da percepção crítica da relação palavra-mundo, passa-se da consciência ingênua, do senso comum, de simplesmente ¨estar no mundo¨ para a consciência da conexão e da diferença entre estar no mundo e estar com o mundo.
  • Conexão entre o ¨eu¨ e o ¨não-eu¨.
  • Um passo importante para perceber a conexão entre o ¨não-eu¨coletivo e o ¨eu¨ no processo educacional de desenvolver a conscientização crítica está na importância de aprender a escutar/ouvir.
  • Ao aprender a escutar, o aprendiz pode perceber que seu mundo e sua palavra – ou seja, seus valores e seus significados – se originam na coletividade sócio-histórica na qual nasceu e a qual pertence.
  • Letramento crítico – é necessário nos posicionar quando fazemos a leitura de um texto verbal ou imagético (Prof. Luiz Fernando Gomes).
  • Ler criticamente implica em desempenhar pelo menos dois atos simultâneos e inseparáveis:
    (1) perceber não apenas como o autor produziu determinados significados que tem origem em seu contexto e seu pertencimento sócio-histórico, mas ao mesmo tempo,
    (2) perceber como, enquanto leitores, a nossa percepção desses significados e de seu contexto sócio-histórico está inseparável de nosso próprio contexto sócio-histórico e os significados que dele adquirimos. É assim que podemos apreciar em toda a sua plenitude a complexidade do papel das origens sociais e das da história na relação freireana palavra-mundo.
  • Tanto o autor quanto o leitor são produtores de textos e produtores/construtores de significados através da linguagem.

Características de uma abordagem de letramento crítico:
  • A criticidade está em não apenas escutar o outro em termos de seu contexto sócio-histórico de produção de significação, mas em também de ouvir escutando o outro.
  • Desconstrução da estrutura e das características do texto.
  • Os textos não são considerados como atemporais, universais e não-tendenciosos.
  • Exploração de leitura alternativa (implica questionamentos de valores subjacentes ao texto).
  • Consideração do tempo e da cultura nos quais o texto foi construído.

Precisamos fazer a diferença, e não sermos diferentes. Coloco para reflexão uma das imagens que foram discutidas em aula:



  • O desafio da educação é fazer a diferença.
  • O nosso posicionamento é muito importante no letramento crítico.
  • ¨Precisamos nos reconhecer como leitor para fazermos uma leitura crítica¨ (Prof. Luiz Fernando).


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